Foto: Juvenal Pereira
Conheça
Caio F. de Abreu
Caio era um homem sensível, contestador, místico e gentil. Tinha um olhar curioso sobre o mundo, estudava os astros, cuidava de girassóis, amava seus amigos, escrevia cartas, gostava de ouvir música para escrever e conhecia a finitude de estar vivo, por isso a experimentou em toda a sua intensidade.
Escreveu 12 livros. Premiado com 4 prêmios Jabutis de literatura e o prêmio Moliére de Teatro, premiação esta que foi recebida em conjunto com o diretor Luis Artur Nunes. Foi um grande observador da alma humana. É unanimidade entre estudiosos da moderna literatura nacional. Representante da contracultura, ele foi jornalista, dramaturgo, contista , cronista, romancista e escritor, apontado como expoente da sua geração. Através de situações cotidianas, contestou valores da sociedade e falou sobre assuntos que até hoje são tabus, como aids, homossexualidade e espiritualidade.
Traduzido para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e holandês, segue conquistando uma incrível legião de leitores, principalmente entre os jovens. Suas frases e pensamentos são constantemente compartilhados nas redes sociais pelo público que reconhece a contemporaneidade de sua obra. A obra de Caio Fernando Abreu, ao longo dos anos, tem sido cada vez mais valorizada popularmente, estudada na academia, encenada nos palcos e tematizada no cinema, divulgada amplamente na internet, com literalmente “milhões de fãs” em todos os continentes, atestando sua importância para este momento social, cultural e político.
Toda a obra de Caio F. têm direitos autorais conectados com a família.
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Cronologia
1948
O nascimento
Às 8 horas de 12 de setembro em Santiago, Rio Grande do Sul, nasce o primogênito de Zaél Menezes Abreu e Nair Loureiro de Abreu. Caio Fernando Loureiro de Abreu, irmão de José Cláudio, Luis Felipe, Márcia e Claudia.
1954 - 1968
O início
1962 – O adolescente em Santiago escreve a “Maldição de Saint-Marie”, conto incluído na obra “Ovelhas Negras”, Editora Sulina. Em carta a Marta Lígia Magliani, narra que foi daí que nasceu “A Maldição do Vale Negro”. O conto é dedicado à sua amiga da vida inteira e primeira leitora, a santiaguense Ilone Madalena Dri Almeida.
1966 – O conto “O Príncipe Sapo” é publicado na Revista Cláudia. Escreve o romance “Limite Branco”.
1967 – Inicia os cursos de Letras e Arte Dramática da UFRGS.
1968 – Já em São Paulo integra como repórter a primeira equipe da Revista Veja; concorre ao Prêmio José Lins do Rego com “Três Tempos Mortos” pelo qual recebe menção honrosa.
1969 - 1975
Primeiras
Publicações
1969 – A obra de contos “Inventário do Irremediável” pela Editora Movimento recebe o prêmio Fernando Chinaglia. Publica contos no jornal Correio do Povo e no Diário de Notícias de Porto Alegre.
1970 – Caio publica “Limite Branco” pela Editora Expressão e Cultura, e pela Editora Movimento “Inventário do Irremediável”. Também participa da antologia de contos Roda de Fogo, publicada pela Editora Movimento.
1971 – Já no Rio de Janeiro, trabalha como pesquisador e redator de Manchete e Pais e Filhos.
1972 – Trabalha como copydesk do Jornal Zero Hora de Porto Alegre e colabora com o Suplemento Literário de Minas Gerais. Neste, publica o conto “A Visita”, que também é editado no Caderno de Sábado no Jornal Carreio do Povo. E que recebe o Prêmio do Instituto Estadual do Livro. Posteriormente, em 1995, “A Visita” vai integrar o livro “Ovelhas Negras”, coletânea de dispersos do autor, publicada pela Editora Sulina.
1975 – Publica o livro de contos “O Ovo Apunhalado”, que recebe menção honrosa do Prêmio Nacional de Ficção do Instituto Nacional do Livro. Este recebe a menção honrosa do Prêmio Nacional de Ficção do Instituto Nacional do Livro. Mora um tempo em Estocolmo e Londres. A obra de contos “O Ovo Apunhalado” é indicada pela Revista Veja como um dos melhores livros do ano. Recebe o Prêmio Leitura do Serviço Nacional de Teatro pela peça “Uma visita ao Fim do Mundo”, mais tarde denominada “Pode ser que seja só o leiteiro lá fora”.
1976 - 1983
Obras
Aclamadas
1976 – Novamente em Porto Alegre, trabalha com o grupo Província como autor e ator na peça “Sarau das Nove às Onze”, onde divide autoria com Luís Artur Nunes, responsável pela direção do espetáculo. Atua como crítico teatral do Jornal Folha da Manhã de Porto Alegre. Participa das antologias “Assim Escrevem os Gaúchos” e “Teia”.
1977 - Lança o livro de contos “Pedras de Calcutá” pela Editora Alfa Omega.
1978 – Retorna para São Paulo e trabalha como redator de Revista Pop; participa da “Antologia da Literatura Rio-Grandense Contemporânea”.
1979 - Escreve o texto dramático para crianças “A Comunidade do Arco-Íris”, que é encenado em Porto Alegre, sob a direção de Suzana Saldanha.
1980 – “Sargento Garcia” recebe o Prêmio Status de Literatura. Escreve críticas de livros para Revista Veja e para a Revista Nova.
1981 – Torna-se editor do periódico Leia Livros.
1882 – “Morangos Mofados”, obra de contos, é publicada pela Editora Brasiliense.
1983 – Já morando no Rio de Janeiro, trabalha como colaborador da Revista Isto É. Publica o livro de novelas “Triângulo das Águas” pela Editora Nova Fronteira. Esta é vencedora do Prêmio Jabuti na categoria Contos/Crônicas/Novelas. “Pode ser que seja só o leiteiro lá fora” ganha sua primeira montagem em Porto Alegre, sob direção de Luciano Alabarse, no Clube de Cultura de Porto Alegre.
1984 - 1990
Obras
Aclamadas
1984 – Adapta para o teatro o romance “Reunião de Família”, de Lya Luft, que é encenada em Porto Alegre, sob a direção de Luciano Alabarse.
1984 - Escreve o roteiro de “SOS Solidão” para o programa “Joana Repórter”, produzido e estrelado por Regina Duarte na TV Manchete.
1985 - Novamente em São Paulo, trabalha como editor da Revista A-Z; “Morangos Mofados” é adaptado para o teatro e levado em cena por Paulo Yutaka.
1985 - Roteiriza para o cinema o conto “Aqueles Dois”, que foi dirigido por Sergio Amon.
1986 – Trabalha como redator do Caderno 2 do Estado de São Paulo; Luciano Alabarse dirige, em Porto Alegre, a adaptação para o teatro de “Morangos Mofados”. Escreve, junto com Luis Artur Nunes, o texto dramático “A Maldição do Vale Negro”, encenado pelo Teatro Vivo no Clube de Cultura, em Porto Alegre.
1988 – É um dos autores do roteiro de “Romance”, longa-metragem de Sérgio Bianchi. Trabalha novamente como redator da Revista A-Z. Edita “Os Dragões não Conhecem o Paraíso”, obra de contos pela Companhia das Letras. Recebe novamente o Prêmio Jabuti pela obra supracitada. Sua biografia é publicada pelo Instituto Estadual do Livro (obra nº 19) da série Autores Gaúchos. Lança uma antologia que compila contos de seus livros, intitulada “Mel e Girassóis” pela Editora Mercado Aberto. Publica “As Frangas”, livro considerado Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. “A Maldição do Vale Negro” tem seu texto editado na Série Textos & Roteiros do Instituto Estadual do Livro. Gilberto Gawronski estreia sua adaptação teatral do conto “Dama da Noite” dos “Dragões Não Conhecem o Paraiso”.
1989 – É citado elogiosamente no suplemento literário do The Times de Londres, por seu livro “Dragons dont’go Heaven”, em crítica de John Gledson. Com Luis Artur Nunes ganha o Prêmio Molière por “A Maldição do Vale Negro”.
1990 – Publica o romance “Onde Andará Dulce Veiga?”, pela Companhia das Letras.
1991 - 1990
O Fim
1991 – Londres e Paris – Lançamento das traduções para inglês e francês de “Os Dragões Não Conhecem o Paraíso”. Premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte por “Onde Andará Dulce Veiga?” com o Prêmio Melhor Romance do Ano.
1992 – É citado no guia de programação parisiense Télérama. Elabora resenhas para a Revista Playboy. Seu texto dramático “Zona Contaminada” recebe sua primeira montagem, no Rio de Janeiro, sob direção de Gilberto Gawronski. Caio faz uma participação como ator no filme “Perfume de Gardênia”, de Guilherme de Almeida Prado.
1993 – Berlim – Participou do Congresso Internacional de Literatura e Homossexualismo. Erlagem – representou o Brasil na III Interlit, Encontro Internacional de Escritores, juntamente com Rubem Fonseca e Sonia Coutinho.
1994 – Reedição de seu primeiro romance “Limite Branco”, pela Editora Siciliano. Colaborou no Caderno Cultura, do Jornal Zero Hora de Porto Alegre como cronista. Também era cronista do Caderno 2 do Jornal O Estado de São Paulo, onde revezava o espaço da crônica dominical com Antônio Bivar. Na série de crônicas intituladas “Carta para além dos Muros”, escritas para O Estado de São Paulo, Caio assume a sua condição de portador do vírus HIV. Frankfurt – Participou da 46ª Feira Internacional do Livro, que teve o Brasil como país-tema. É tema de meia página na Revista francesa L’Express e na Revista Les In Rockuptibles. Publica “Molto Lontano di Mariembad”, uma antologia de contos em francês pela Editora Arcane 17.
1995 – Foi incluído na antologia de The Penguim Book of International Gay Writing, com “Linda, Uma História Horrível”. Recebe uma homenagem na novela “A Próxima Vítima”, de Sílvio de Abreu, Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral. No capítulo 122 da trama, a personagem Zé Bolacha, interpretada por Lima Duarte, cita uma frase de Caio. É patrono da 41ª Feira do Livro de Porto Alegre. Relança, em edição revisada, a obra “Inventário do Ir-remediável” e publica “Ovelhas Negras”, contos e novelas, pela Editora Sulina. Em dezembro retorna a Santiago, para inauguração de sua foto na galeria dos Escritores Santiaguenses no Centro Cultural. Publica no Jornal Zero Hora a crônica “A Raiz do Pampa”, na qual fala da viagem para receber a homenagem em Santiago.
1996 – Na tarde de 25 de fevereiro, faleceu em Porto Alegre, no Hospital Moinhos de Vento.
Fonte: Luís Francisco Wasilewski. Pós-Doutor no Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ, Mestre e Doutor em Literatura Brasileira pela USP. Trabalhou com Ítalo Moriconi e Heloisa Buarque de Hollanda na reedição de “Caio Fernando Abreu – Cartas”.
Caio
na Intimidade
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Caio foi uma pessoa amada por muitas pessoas. Por isso cuidados em acrescentar todos créditos das fotos. Caso precisemos acrescentar ou retificar algo nos escreva para [email protected]